quarta-feira, 9 de maio de 2012

Princípios da Rio+20 motivam projetos de escolas e faculdades




Integrantes do Núcleo do Meio Ambiente da PUC, eventos paralelos da Rio+20
Foto: Pedro Kirilos

Integrantes do Núcleo do Meio Ambiente da PUC, eventos paralelos da Rio+20

RIO — O espírito da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, está se espalhando pelas escolas e universidades. Nunca se falou tanto sobre ecologia nas salas de aula. O campus da PUC, por exemplo, vai sediar mesas de discussões que, organizadas com a ajuda de professores e estudantes, terão a presença de cientistas e autoridades de diferentes países. Já a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) está promovendo um concurso de curtas-metragens ambientais. E as 14 escolas, públicas e privadas, do bairro da Gávea, na Zona Sul, criaram um fórum ambiental e vêm realizando encontros visando à sustentabilidade local.

Parque da Cidade será assunto de plenária

Todos esses trabalhos são motivados pelo megaevento que acontece de 13 a 21 de junho. Batizado de “Como será verde o meu vale nos próximos 20 anos?”, o fórum de escolas da Gávea tem o objetivo de envolver os estudantes com os temas da Rio+20. A proposta é discutir como alunos e professores podem fazer do bairro um lugar mais ecologicamente correto. Numa plenária que acontecerá amanhã, por exemplo, o assunto principal vai ser o Parque da Cidade, que fica no Alto Gávea.

— O Parque da Cidade precisa ser revitalizado. Sua melhoria envolve diversas questões ambientais e sociais. Nesse encontro, vamos levar representantes de todas as escolas. Será muito interessante ver o debate entre estudantes de instituições públicas e privadas para pensar os problemas e possíveis soluções

— comenta a diretora do Teresiano, Glória Fátima do Nascimento.
Os alunos estão colocando as mãos na massa. Na quarta-feira passada, o Teresiano fez uma excursão ao parque para identificar seus problemas. A ideia, agora, é criar propostas para levar às autoridades públicas.

— Há poucas lixeiras no parque. Vimos embalagens deixadas embaixo de árvores que, depois das chuvas, podem se tornar foco de dengue — diz Ana Luísa Neves, de 10 anos.
Seu colega Heitor Burgos, que frequenta o local nos fins de semana, levanta outra questão:

— Tem um mapa só na entrada do parque. Falta sinalização para uma área tão grande.
Também integrante do fórum, a Escola Parque já vinha promovendo uma transformação interna. Os alunos do Grupo Ambiental da Escola Parque (Gaep) receberam a missão de ajudar a tornar o colégio mais sustentável. Com ajuda de professores e colegas, eles estão estudando aspectos como consumo de água, gestão de resíduos, alimentação e transportes. Ontem, integrantes do Greenpeace iriam à instituição ensinar os estudantes a construir um forno solar, com material reciclado.
Em junho, os resultados de todo esse trabalho serão apresentados num encontro e, então, a escola vai elaborar metas a serem implementadas nos próximos cinco anos.

— Há dois anos elaboramos nossa agenda ambiental e, agora, os alunos estão fazendo uma investigação para elaborar um plano de metas. A Rio+20 será o elemento disparador de um processo que vai durar cinco anos. A partir das economias geradas pela troca de lâmpadas fluorescentes por lâmpadas de LED, por exemplo, vamos criar um fundo sustentável e apoiar projetos dentro e fora da escola — afirma Carlos Alberto Nascimento, um dos gestores da Escola Parque.

No Colégio pH, que já tem coleta seletiva em todas as unidades, o assunto Rio+20 será integrado numa gincana. Em uma das provas, os estudantes montarão objetos utilizando garrafas PET , latinhas de alumínio e outros materiais descartados. Já no Colégio Notre Dame, em Ipanema, alunos de 11 a 13 anos farão uma simulação da Rio+20 . Cada turma representará a delegação de um país. Estarão em pauta temas como energia, agricultura e água. Ao fim do evento, será divulgado um documento em prol do desenvolvimento sustentável.

A movimentação gerada pela Rio+20 vai ser intensa também no ensino superior. Até o dia 28 deste mês, a Uerj recebe vídeos com temas ambientais para o Festival Curta na Uerj. Vale documentário, videoclipe, animação, videoarte, etc. Qualquer pessoa a partir de 12 anos pode participar.
Já na PUC-Rio, o Núcleo Interdisciplinar de Meio Ambiente (Nima) participa de várias atividades, incluindo o Fórum de Ciências, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Sustentável, organizado pelo International Council for Science (ICSU) e que faz parte das atividades paralelas da Rio+20. O encontro ocorrerá de 11 a 15 de junho. Estarão reunidos cientistas e ministros de de diferentes países.

— Teremos na universidade a nata de pessoas e instituições que estão na vanguarda da discussão e ação ambiental no planeta. As sessões serão fechadas, mas vamos espalhar telões pela universidade e promover atividades para sensibilizar os estudantes — esclarece o diretor do Nima/PUC-Rio Luiz Felipe Guanaes. — Nosso núcleo desenvolve diversas ações para tornar a instituição mais sustentável. Temos a coleta seletiva implantada, projetos de carona solidária e de incentivo às bicicletas e um compromisso com a revitalização do Rio Rainha, que corta a Gávea.

Uma semana antes da Rio+20, a PUC promoverá também a sua Semana do Meio Ambiente, que, tradicionalmente, conta com debates e exibição de filmes.
Evelen Diniz Rodrigues R00031

                                                               Assista o vídeo:


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